quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Esperava.



Ela estava ali.
Talvez estivesse pra sempre, à espera que ele caísse em si, que percebesse que ela era tudo o que ele sonhou, que ela era quem um dia ele já quis mais que tudo.
Ela esperava ansiosamente, e à cada tique do relógio o sangue em suas veias pulsava fortemente e seu coração, como uma ferida em carne viva, sofria. Ela parecia ter abstinência de tudo o que um dia viveu, de tudo o que um dia foi real, ela precisava de algo que à mostrasse que tudo não foi inventado em sua mente, e que um dia ele teve medo de a perder.
Ela imaginava que talvez ele nunca tivesse a amado. Sim, ele a amou.
Nunca entenderia o que realmente aconteceu e se aconteceu.
Ela queria ir pra casa, ela queria lavar os cabelos, vestir uma blusa de algodão limpa e deitar em sua cama.
E ainda assim estaria ali, querendo fortemente e incompreensivelmente acordar de um pesadelo com o beijo mais doce que já provou, com o afago mais gostoso que já sentiu, com o cheiro mais delicioso, com o sorriso mais lindo que já viu.
Esperava um chute forte que derrubasse a porta e que um eu te amo fosse dito, como tantas vezes havia ouvido, ou aquele riso inconfundível que dizia um 'calma, você é tudo pra mim'.
Talvez isso nunca acontecesse e mesmo com outros amores, mesmo que o tic-tac do relógio já não doesse tanto quanto antes, ela o esperasse pra sempre, do lado de dentro.
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Dedicado pra Mariana Cajado, linda minha s2

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