sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Devaneios.


Frequentar aquela campina me trazia à luz lindos pensamentos, princípios e sentimentos perdidos e que eu queria recuperar.
Me trazia à luz coisas que só papai sabia transimitir, como quanto é bom tomar um banho de chuva, contar as estrelas, olhar o luar .. Enfim, as coisas mais simples, as mais singelas, aquelas que nos mostram a essência do coração.
Em meio à tirar pétalas daquela linda margarida, eu tentava me encontrar.
Aqueles devaneios que um dia me fizeram crer que tudo na vida era sucesso, já haviam transparecido e mostrado que realidade era outra, que a realidade era de quem sabia aproveitar as melhores coisas da vida.
Eu costumava não prestar muito a atenção nas sábias palavras de meu pai, mas agora minha mente se esforçava para lembrar de algumas delas - as mais úteis e verdadeiras que ouvi na minha vida . - Palavras que a campina me ajudava a decifrar, e ajudava mesmo, trazia à tona aquelas que se guardavam no fundo das lembranças..
Às vezes me sentia culpada, por não ter feito tudo como hoje faria, mas se assim não tivesse feito, talvez eu ainda não entendesse esses valores.
Era assim naquele verão, dias de rara importância na campina.
Sempre que eu chegava em casa, contava à mamãe -como ela nunca deixara de pedir - sobre tudo que havia recordado de papai naquele dia.
Corria minha vida, corria como se o relógio não quisesse parar.
Meu socorro, meu abrigo, minha tenda era aquela campina, onde sentia o vento forte bater em meu rosto, onde me molhava em intensas chuvas de verão, onde conseguia entender o quanto vale a chama que aquece o coração.

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