quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Paranóia.


A vida nunca lhe fora fácil, e uma das recordações mais claras que tinha de sua infância e principalmente adolescência era a palavra perseguição.
Essa palavra que pouco significa para alguns, foi a palavra chave de toda sua vida.
Perseguição na escola, em casa, na rua, perseguição no coração, na alma, dentro de si mesmo.
Ele já havia frequentado muitos locais de purificação, imaginando que esse seu lado sombrio era culpa de algum espírito ou coisa do tipo. Mas não, o problema era sua mente, o que o fazia imaginar que todos à todo o tempo planejavam algo contra ele.
Fora esse seu lado sombrio, ele era um cara normal, um universitário inteligente, bem humorado e nunca lhe faltou namoradas, o que lhe faltou foi somente uma que, após o conhecer bem, o aceitasse e entendesse suas crises.
Seu coração ardia como fogo quando sentia incompreensão, ele pensava que nunca alguém no mundo o entenderia, e mais uma vez estava errado.
A cura de todo esse sofrimento, e não a cura da paranóia, mas a adaptação de tudo isso, foi o amor. Sim, o amor. Aquele amor que te faz sorrir como bobo, que deixa tudo mais leve, aquele amor que tira a perseguição do centro das atenções..
Foi esse que o libertou de toda dor, e só o fato de amar de verdade, o fez tão bem que tudo à sua volta mudou.
O amor se chamava Raquel, sua psiquiatra.
Ela decidiu curá-lo de verdade, pois ele merecia, e depois de toda sessão, nunca o privou de beijos e abraços, para devorar todos sentidos, pois como ela dizia, de louco, todos nós temos um pouco.

- Dedico ao Gustavo.

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